Um sorriso que faíscava como o sol sobre o gelo ártico nasceu do rosto perfeito. Se o ar pudesse sangrar, aquele sorriso, semelhante a uma navalha, tê-lo-ia cortado tanto que, nesse momento, haveria um véu púrpura entre os dois. A voz escorre doces venenos: Você é uma cornucópia de coisas adoráveis. De um tronco escondido dentro do meu ser, despontaram subitamente flores luciferianas de um azul intenso: Nada me excita, excepto a sua excitação. E eis que cessaram os ventos quentes do frenesim coral. Entretecendo as suas grinaldas verbais, em prosa e verbo, de magnífica hera venenosa, a voz declara: Meu caro, se houver a possibilidade de nada ser feito, certamente que, com todo o vigor, nada será feito. Sorrisos. Haveria tanto para dizer do luxo ocioso. Silêncio. Um arrufar de tecidos caros sobre outros tecidos ainda mais caros. Pausa. Há algo de bizarro quando pensamos no nosso Criador, afinal ele é também o nosso Devorador. Touché! E compôs a sua máscara mais críptica, embora uma certa chispa no seu olhar sugerisse que ainda havia algo demoníaco latente na sua natureza. A minha sentença: Onde há vontade, há Eros, mas também há Tanatos... Um breve momento de triunfo. Muito bem, devemos ter sempre à mão uma alusão clássica adequada, para podermos não a utilizar. Todos nós possuimos abismos de sinceridade que ainda não ousamos explorar. Sabe tão bem como eu que não existe nenhum Inferno tão terrível como um Inferno velho...
domingo, março 30, 2008
Bowie.Architect
Is delay just wasting my time
Looking across at Richard Rogers
Scheming dreams to blow both their minds
It's difficult you see
To give up baby
To leave a job
When you know
You know the money's from day to day
All the majesty of a city landscape
All the soaring days in our lives
All the concrete dreams in my mind's eye
All the joy I see
Thru these architect's eyes
Cold winter bleeds on the girders of Babel
This stone boy watching the crawling land
Rings of flesh and the towers of iron
The steaming caves and the rocks and the sand
Stomping along on this big Phillip Johnson
Is delay just wasting my time
It's difficult you see
To give up baby
These summer scumholes
This goddamned starving life
All the majesty of a city landscape
All the soaring days in our lives
All the concrete dreams in my mind's eye
All the joy I see
Thru these architect's eyes
It's difficult you see
It's difficult you see
David Bowie
Thru This Architect's Eyes
Outside, 1995
sábado, março 29, 2008
Lament
Há pessoas que aparecem e desaparecem das novas vidas quase sem darmos por isso. Tenho andado carregado com o peso de considerar que uma dessas pessoas da minha vida desapareceu porque eu deixei e não fiz grande coisa por a prender e a ter perto de mim. Agora será tarde demais para desfazer o mal? Espero que não. Amigos de verdade, apesar de todas as suas loucuras e disparates são poucos e não podemos dar-nos ao luxo de os deixar evaporar. Muito boas recordações ficam. Mas penso que não chegam. Sam, onde quer que estejas, volta, estás perdoado!
Delidelux
ovos de codorniz cozidos.
Por todo o dia de hoje o Senhor Marquês tem andado a sentir nostalgia pelos idos de Brideshead.
Foi em Oxford que Sebastian Flyte serviu a Charles Ryder os famosos ovos de Tarambola de Brideshead que as ditas puseram mais cedo para Lady Marchmain. E foi depois desse repasto de ovos e champagne que tudo começou.
Longe de Oxford e doe Brideshead, faz-se o que se pode...
E ovos de codorniz cozidos são uma delícia.
E ovos de codorniz cozidos são uma delícia.
Cheers!
sexta-feira, março 28, 2008
Sin with Sebastian
Um Dandy do novo século e afins.
Foi crucificado nas Filipinas.
Prefere sexo com prostitutas.
No passado dia 8 de Março foi impedido de entrar nos EUA.
O motivo? Muyto simples: Torpeza Moral...
Amen!
sábado, março 22, 2008
Welcome Home!
A irmã do Senhor Marquês regressou ontem à Lusa Pátria após uma semana passada nas quenturas das areias do Saara marroquino, acompanhando a nossa ilustríssima Elisabete Jacinto no Rallye Aïcha des Gazelles. Sua Graça veio cansada mas com a alma plena de exotismo e de cheiros e cores do deserto e de uma cultura tão diferente da nossa. Promete voltar em breve. Para já, recupera da aventura nas delícias do calor familiar. Bem haja!
Good Things (Come to Those Who Wait)
The Adventures - The Sea Of Love.
O Tempo pode ser tão bom para nós.
Poderá ser uma lágrima o que assoma ao canto do olho...?
quarta-feira, março 19, 2008
A Senhora!
Primeiro avanço para "Hard Candy", que sai a 28 de Abril.
Estranhamente, a coisa dá-se.
Mais uma vez, amen!
domingo, março 16, 2008
terça-feira, março 11, 2008
No Country for Good Men
Custa 432.350€. O meu tem 78.985€ de extras.
Devo recebê-lo lá para o Outono.
Cheguei a hesitar em comprá-lo. Não quero saber.
Quero andar com ele por aí, quero que toda a gente o veja.
Porquê? Porque posso tê-lo. Porque posso fazê-lo.
Porque este país precisa de mais Bentleys.
Para acabar de vez com certas ideias.
Portugal é um país de pessoas pequenas, com mentes pequenas.
Mais Bentleys.
Mais garrafas de Veuve Clicquot.
Apesar da República, apesar de um presidente chamado Aníbal,
nascido no Poço de Boliqueime.
Seremos felizes.
segunda-feira, março 10, 2008
UFOed
Ando a ouvir um disco chamado "Astronomy For Dogs", de uns senhores ingleses chamados The Aliens e até estou algo perturbado com o quanto me agrada. Afinal, o prog não está morto e recomenda-se e os Pink Floyd são mesmo a melhor banda do mundo. Mesmo para mim? Basta ouvir aquela faixa chamada "Rox" e tudo será perdoado... E "The Happy Song", com aquele refrão "happy, happy, happy, happy, happy, happy, you wanna be happy..." parece-me a coisa mais adequada do mundo...
Touché!
Frase memorável de "Turbo Folk", a nova "coisa" do Teatro Praga, em cena no S. Luís, em Lisboa: "O Amor é dar algo que não temos a alguém que não o quer...". Amen!
quarta-feira, março 05, 2008
Zero
Grandes interpretações de Colin Firth e Hart Bochner.
Uma história tortuosa e cheia de curvas e não ditos,
um ambiente sufocante numa Buenos Aires filmada como se de um pesadelo se tratasse.
Grande filme.
Apartment Zero, 1988.
Monument(s)
Para já, 2008 trouxe dois verdadeiros monumentos musicais, daqueles que dá prazer ouvir e ouvir e ouvir. Trata-se dos álbums de Hercules & Love Affair e do álbum "The One" do japonês Shinichi Osawa. Um gozo só. O primeiro, um monumento ao disco dos anos 80, todo ele ritmos e arranjos de cordas sensuais e cheios de carne e suor, ajudados pela voz de Antony Hegarty (sim, o dos Johnsons...). Muito, muito bom. Apetece ouvir e regressar até aos idos de 80, decadências e tudo isso. Mas em bons. Quanto a "The One" é electro do melhor, com muytos convidados e uma versão espectacular de "Star Guitar" dos Chemical Brothers com voz das Au Revoir Simone. Puxa à noite, à dança mais desregada, aquele abandono que gente tão recomendável como Ivan Smagghe recomenda. Neste início de século, o que de melhor se pode querer...? Gozo absoluto.
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