quarta-feira, agosto 31, 2005

Who's gonna drive you home tonight?

30 de Setembro. 16.31h.

Round'n'round

Nunca tive a lágrima fácil (os homens não choram...) mas desde que dançámos "Ain't no Way" da Aretha, daquela maneira (lembras-te? braços e mais braços...), transformei-me numa coisa mole, incapaz de suportar a mais leve sugestão de...

( )

Foda-se!

The Impossible Princess

Já te podes sentir muito importante. O teu CD está pronto. Como prometido.

. Chet Baker: The Thrill is Gone
. Abbey Lincoln: Avec le Temps
. The Paradise Motel: Drive
. Peggy Lee & Benny Goodman: How Deep is the Ocean
. Aretha Franklin: Ain't no Way
. David Ruffin: Walk Away From Love
. Dolly Parton: Jolene
. Jacques Brel: Voir un Ami Pleurer
. Linda Perhacs: Parallelograms
. Scott Walker & The Walker Brothers: Make it easy on yourself
. Scott Walker & The Walker Brothers: The Sun Ain't Gonna Shine Anymore
. James Blunt: You're Beautiful
. Chavela Vargas: Paloma Negra
. Amália Rodrigues: Cansaço
. Brian Eno & Robert Fripp: Evening Star
. Underworld: Luetin (esta é por minha conta, mas foi com ela que começou...)


terça-feira, agosto 30, 2005

Domestycon (Jaguar X-Type Estate 2.0DSL Executive)


Preciso de te ver com as malas, de te ver a carregá-las na mala da carrinha. Lembras-te? Comprei-a por tua causa. Com a tua cor. Preciso de mais do que as tuas palavras. Mais do que a dialéctica que dizes eu gostar acima de tudo. Acima de nós. Dizes que não és real. Mas pedes que crie uma descrição da tua pessoa para os outros. Não sei fazer isso. Queres que seja algo sensual, que te eleve o ego. Não sei fazer isso. Não deixas que eu faça isso. Fecho a porta. Ligo a ignição. Começa a tocar o teu CD. Brian Eno e Robert Fripp, "Evening Star". Lembras-te? Música para ouvir abraçados, num sofá, num dia de chuva. Música para se ouvir com quem se ama. Lembras-te? Preciso dso teus gestos de casa, das tuas pantufas, dos teus dedos no teclado do meu computador, da tua lavagem de dentes à porta da casa-de-banho enquanto me tentas explicar uma coisa qualquer. Preciso do teu colírio, preciso de me preocupar com o teu glaucoma, de olhar para os teus olhos para tentar ver se alguma coisa mudou, ou se eu ainda lá estou. Preciso que fales inglês comigo por razão nenhuma, que me dês a ouvir coisas estranhas e maravilhosas, que me chames Herr Rimmer, a toda a hora. Lembras-te? Um dia disseste que tinhas que arranjar uma relação para poderes acabar com ela ao som de The Thrill is Gone, de Chet Baker. Ouço essa mesma canção neste momento, no interior forrado a couro beje da nossa carrinha. Com a tua cor. Não vou deixar que o faças. Não te vou deixar ir embora. Não posso. Já não. Por muito genial que seja a canção. Por muito elegante que fosse a separação com tal banda sonora. Dizes que não és real, e que o que eu quero que tu sejas não é rigoroso. Lembras-te? Não quero saber, quero sentir o sortilégio de ouvir a Abbey Lincoln cantar Avec le Temps. Contigo. Porque só contigo ele é possível. Foi esse o trato que fizeste com ela. Lembras-te? E, no entanto, aqui estou, a conduzir a nossa carrinha, de noite, sozinho. E estás longe, embora já haja demasiado entre nós para que essa distância possa ser real. Não te lisonjeio. Nunca o fiz. Só queria que acreditasses. Terça-feira, 30 de Agosto de 2005. 3 horas 35 minutos da manhã.
Ao volante da
Jaguar X-Type Estate 2.0 DSL Executive,
na tua cor,
teu para a Eternidade,
Herr Rimmer

element of truth

... e dizes que somos da mesma espécie...
... a eternidade é uma ânsia, não um princípio geral das coisas...
... dreams of sand pass through my head, they slip right through my hands...

segunda-feira, agosto 29, 2005

Ride the white horse

Temo que não esteja satisfeito. Estão preparados?

quinta-feira, agosto 25, 2005

Arvio II

O primeiro dia de trabalho do novo ano - o regresso do Senhor Marquês à vida dita normal

The Horror of Days

... your face forms in summertime...

Ephydria (three)


The secret is always in your hands - do as you will.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Starless night

... don't.

Deus ex Machina

Welcome back...

I will give you a very good time

I will give you a very good time
I will give you a very good time
If you come back to me and
I will give you a white plastic gem
Make it
Make it
Make it
Make it
Make it
Cool in my tomb
I will give you everything
Account invention
Vision : Vision : Vision : Vision
I will transform her : feel it
Feel her fiber
Transform her
One day
It's your name day
Two of the men
I knew : had a name day
They would call a call for you
Selling names for boys
Selling names for girls
Eat your own hands
Eat your own hands
The sex and everything
The sex and everything
Eat your own hands
Eat your own hands
You can leave after the first course if you want
The cats go mad when you call
The smell of dogs when you call
Is it the black one or the red one
The cats go mad when you call
The smell of dogs when you call
Is it the black one or the red one
Eat your own hands
Eat your own hands
The sex and everything
The sex and everything
Eat your own hands
Eat your own hands
Eat your own hands
The guy sits in his smokey, smokey hole all day
I think he is spicey
I think he smoked his lungs
The guy sits in his smokey, smokey hole all day
I think he is spicey
I think he smoked his lungs
He'd just like a little bite
He'd just like a little bite
He wants some more wet chicken
It tastes the same : tastes the same
All day
Eat your own hands
Eat your own hands
The sex and everything
The sex and everything
Eat your own hands
Eat your own hands
You can leave after the first course if you want
The cats go mad when you call
The smell of dogs when you call
Is it the black one or the red one
Eat your own hands
Eat your own hands
Eat your own hands
Luetin
Underworld
A Hundred Days Off
2002

Autofagia

A minha felicidade é uma arma morna apontada a todos vocês

Mindwarp

It is very easy to be lost inside one's mind, all the ghosts are there.

Ephydria (two)

Only the one who gave you the pain can take it away
(thank you J.)

Ephydria (one)


Let sleeping demons lie.
You might not want to be around when they wake up...

The Gate

Before entering the garden of heavenly delights, you must pass through the angels who are the keepers of purity and worthiness...

Ill flower

That simple...

terça-feira, agosto 23, 2005

The Universal

Left of the Middle

The Creator II

All my children!

The Creation

My pretty...

Come to Daddy


Only pain brings true knowledge to the faithful.

Yes, child...


... beauty is only skin deep...

In my sleep I dream you II

... my dearest, sweetest thing!

In my sleep I dream you


Sonhos que sonhei...

Arvio

O Senhor Marquês pronto para regressar ao mundo dos outros.
Ecco la vita...

domingo, agosto 21, 2005

sexta-feira, agosto 19, 2005

Fanfare

Gleetz. Gostava de os matar a todos. Mas dá muito trabalho. Quero explodir, mas devagar e com bons modos. Boa educação acima de tudo. IIO: Rapture (Paul Van Dyk Remix). Tenho uma bola de espelhos no meio da minha sala. Let's go around again. What's the plan? Sentes-te bem, amor? Mine. Mine. Mini Cooper S. Vermelho. É bom sonhar com quem nunca está. E se eu acelerasse e fosse bater naquele Mercedes verde? Madonna. What it feels like for a girl (Above & Beyond Club Mix). Directed by Guy Ritchie. O rosto da Athena Guerreira tem olhos verdes. Pé no acelerador. Um raio de lua bate na bola de espelhos. Pneus a chiar no asfalto. Nunca nenhum corpo que parte deixa cicactrizes de humilhação. Um grito na noite. Vilamoura, 2005. Era preciso que se conseguissem aproximar o suficiente. Preciso da dissolução da velocidade temerária. I Am Love. I Am Divine. Preciso da dissolução. Pé no acelerador. Motherfucker's gonna drop the pressure. Toca o Nokia negro. Mine. Mine. As crianças não são o nosso futuro. Só estão espera de uma oportunidade para nos fazerem a folha. 212 km/h. Just Breathe. O senhor Marquês transformado em bacalhau seco. Oh, como as mais belas flores lançam o mais perigoso veneno. Não é, minha linda? 233 km/h. Kittens. Um milhão de pés marcha na minha cabeça, em ritmo colômbiano. Snow White, baby, pure as the driven snow. Explicado? Feliz? A alternativa nunca está na nossa frente. Sintetizadores analógicos perfeitos. (Tiga Remix). 248 km/h. Que se foda. Lord of the manor. O carro nem é meu. 266 km/h. Happiness turns to loneliness. Um punho no ventre. Coisas vermelhas de raspão. 281 km/h. Electrologik. Tinha que se ter estado lá. Love pó caralho. Boa educação acima de tudo. As pérolas aos porcos que sou eu, agora e sempre. 300 km/h? Em absoluto. Só uma cicatriz.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Bvlgari

É tudo muito simples. Onde há vontade há Eros. Mas também há Tanatos. O Jaime está com os copos, como de costume e cambaleia pela sala, copo de vodka na mão. Olho para ele. Desculpa!? São duas da tarde. A música sobe. William Orbit: Barber's Adagio For Strings. Techno Remix de Ferry Corsten, 1999. Que confusão. Música de feira glorificada. Marina de Vilamoura, 2005. O Jaime vai à varanda e rosna. Merda desta gente mais os seus carros para dar nas vistas. Tenho que sorrir. Pois. O Porsche passa despercebido, é apenas mais um. Vão todos para o caralho. Levanto-me. Lá em baixo, ao sol de Agosto, o carro cinzento repousa entre os seus pares. Estou a ver. Jaguars, um Bentley, três Mercedes, um Aston Martin. É a vida, meu caro. Recebo o olhar mais profundo de desprezo que alguma vez uma criatura de Deus foi capaz de produzir. Não quero saber. A Bvlgari tem um perfume novo chamado Aqva. Comprei-o lá em baixo agora mesmo. Cheira a água, curiosamente. Tal como eu me sinto. Sem cor, sem sabor, sem forma. Mas, no entanto, agradável, inofensivo. E caro. A verdadeira essência da minha existência por estes dias. Não consigo mais do que fazer uma coisa e o seu contrário, imediatamente a seguir. Somos autómatos bem vestidos, bem penteados, bem cheirosos, vazios de tudo o que poderá significar ser. Já não se é, existe-se. Tal como o perfume da Bvlgari. Amen.

U Move

Não somos nada. Nada do que dizemos ou fazemos quer dizer seja o que for. Bodyrockers: I Like The Way You Move. Raios partam! Demasiado calor, demasiadas ondas a subirem por demasiados corpos entupidos de álcool e sabe-se lá mais o quê. Não interessa. Já que aqui estamos, vamos a isso... Areia escura, noite clara. Seis mãos e três bocas...?! Quem sou eu? I Like The Way You Move.
Próxima cena, por favor!

E-mail

Communication's never been
as easy as today
and it would make me happy
when you’ve gone so far away
if you’d send me an e-mail
that says 'I love you'
Send me an e-mail
that says 'I love you'

Now time and distance
melt away
No digital delay
And some things
can be written down
that we're too shy to say
Send me an e-mail
that says 'I love you'
Send me an e-mail
that says 'I love you'

There may be other
temptations in your life
Don't want to add more
complications to your life
but I'm sending this e-mail
to say 'I love you'

Now there's a ghost
within this house
You're haunting me tonight
I'm looking at some photographs
and thinking that I might
jump on a plane
and surprise you where
you are
but do you want me there?
I'm so insecure
but one thing would make me sure
if you'd
send me an e-mail
that says 'I love you'
Send me an e-mail
that says 'I love You'

Pet Shop Boys
E-mail
Release, 2002

(Isto é tudo culpa tua...)

Cold

Sinto já muito pouca humanidade em mim. Demasiado eu sobre mim mesmo. Pode ser fatal. Não tenho esperança, a não ser no ridículo. E, mesmo esse, me aparece demasiado trôpego...

Hold me now

Estou a ouvir um CD antigo, “Accelerator”, dos Future Sound of London, de 1992. Techno em estado puro, como nessa altura era possível e desejado. Sempre gostei muito destes tipos, da música deles, das opções estéticas, das concepções sobre o futuro da música enquanto parte fundamental da vida humana, mas transcendendo-a, indo para além dela. A música como elemento unificador de uma sociedade que, porventura, já não necessitará de nós, seres humanos para ser viável e funcionar. Curiosamente, tudo isto me leva sempre ao sinal contrário. Aconteceu em Oxford, acontece agora. Só consigo pensar em estar a ouvir esta mesma música deitado num barco à vela, a percorrer o Nilo, à sombra figurada dos faraós. Um lânguido e augusto cavalheiro dos anos 30 do século XX, mas sendo esse tempo o nosso tempo agora. E com a música, esta música, a tocar em banda sonora celestial. Lá está o tempo sem tempo. Nem Derek Jarman faria melhor. A inércia primordial do novo século, adornada pelas visões de futuro do século anterior, em cenário retro-histórico, versão BBC. O sortilégio do Antigo, em contraponto com uma modernidade desconfortável. Será possível desejar as duas coisas ao mesmo tempo? Suponho que num filme seria tomada em jeito de ficção científica, com algo de potencialmente intelectualizado em registo sofisticado. Mas não importa, o que tem que existir é a música, os Future Sound of London, sob o sol do deserto, a celebrar um mundo sem humanidade, num local que é, ele mesmo, uma celebração dos feitos dessa humanidade. Porque é que ando sempre à volta com este tipo de contradições?

terça-feira, agosto 16, 2005

Technohead

A perfeição: os Kraftwerk remisturados pelos Orbital (Expo 2000) ao estilo do Moroder! O triunfo da máquina, a simetria absoluta da electrónica. Tudo devia ser assim. Para sempre. Uma suspensão da vida humana à deusa Máquina. Até tremo!

sábado, agosto 13, 2005

Ooh La La


Demónio...!

End of the world

Tudo bem. Eu digo-te o que penso. A Ana Francisca está vestida de negro, de cabelo apanhado num carrapito displicente. Os olhos são verdes. O sorriso faísca promessas que nunca serão cumpridas. Toca Loneliness de Tomcraft. Não acredito em finais felizes. Nunca ninguém disse que seria isso que iria acontecer. O Jaime está sombrio. O Jaime é sombrio. Tudo aquilo é por causa dele, não que ele tenha feito algo por isso, mas é geralmente o que acontece. Grand Café, Lagos, Agosto de 2005. Já nada pode acontecer, diz alguém. Rir não quer dizer nada. Os olhos verdes fitam os meus. És um merdas. Mas safo-me sempre. Isso não quer dizer grande coisa. Bebe, bebe mais, já sabes como funciona. Um sorriso. Negro como os abismos do inferno. Quero sentir a tua pele, o teu cheiro, o teu toque. Uma arma carregada. O Jaime levanta-se e vai dançar. Parece que está a tocar sempre a mesma canção. Mais uma cabeça loura no meio de tantas cabeças louras. Olhamos. Não mais que isso. Sinto-me tolhido por uma inércia tão grande que se torna quase uma presença física. Sinto cravados em mim os olhos verdes de um mar de distância, do outro lado da mesa. Chega a Ana Deus, de vestido vermelho e com um ar de indisfarçável satisfação, toda dentes e rubores. Digam o que disserem, nem tudo é mau, apenas adiamos o fim, mas que sabe bem, isso sabe. E o resto que se foda. Levanta-se e vai dançar com o Jaime que, como é seu glorioso hábito, nem dá por ela. Mas isso não é importante. Somos jovens, belos, temos o tempo a nossos pés, é isto que somos suposto fazer. Soulwax, NY Excuse, baseado no Funkytown dos Lipps, Inc..Ok. À vossa, minhas coisas lindas. Sei o que vai acontecer a seguir. Afinal, o Porsche está lá fora. O Jaime e a Ana Deus dançam, sem quase darem um pelo outro. Um último trago faz desaparecer o vodka limão. O ardor compensa o resto. Uma arma carregada. Bang! Seria tão mais fácil. Não gosto de perder. Temos pena. Cada um usa as armas que tem. Naturalmente. Dá-me com tudo o que tiveres. Oh la la. Ainda os Soulwax. Gosto muito de ti. Vai-te foder. Luz. Som. Frémito. Roupas caras e bebidas coloridas. We speak english. Naturalmente. Via do Infante, 4h 56m da manhã, um Nokia preto voa pela janela do condutor do Porsche 911 Carrera S cinzento. 189 km/h. Fecho os olhos. Ao meu lado, os olhos verdes vão concentrados, as mãos tensas sobre o volante de couro. Os outros ficam para trás tão depressa quanto insignificante é o facto em si mesmo. Quero gritar mas não o faço. Limito-me a pensar que se o mundo acabasse nesse momento eu era um gajo completamente fodido. Sasha, Xpander. Business as usual. 6 cilindros opostos, 3.8 litros, 355 cavalos às 6600 rpm, 4.6 segundos dos o aos 100 km/h, 293 km/h de velocidade máxima. Nunca se deve tentar Deus.

Styrium

Quero que as palavras percam o seu significado, quero poder escrever sem ter que me preocupar com o quero dizer. Quero que as palavras sejam apenas o que são e mais nada. Não quero significados. A abstracção parece-me o melhor caminho. Escrever só porque sim. As palavras não traduzem nada. Muito menos o que se passa dentro das nossas cabeças. Escorrego? Gosto disso. Um gajo vestido de preto, numa noite londrina chuvosa, a ouvir uma qualquer canção que só ele conhece. Uma arma apontada, um chiar de pneus. Carros ingleses de luxo. British racing green. Uma arma carregada. Muitos filtros nas câmaras de um qualquer director de fotografia que já tenha trabalhado com o Ridley Scott. Ou com o Tony Scott. Não é a mesma coisa? Só o look importa. Século XXI, alegremente estúpidos. Amen.

The hills are alive with The Sound of Music

I don't know what you want but I can't give it anymore you only tell me you love me when you're drunk I get excited (you get excited too) I get along send me an e-mail that says I love you we're lying in the gutter but we're looking at the stars was that what it was? a man could get arrested it's just the sound of the atom splitting look there's another one with a stocking on his head they call themselves pinheads bluer skies when you're around it's a new day LOVE IS A CATASTROPHE!

quinta-feira, agosto 11, 2005

King of my Castle

Sempre quis ter um castelo na Hungria. Por qualquer razão. E o Range Rover ficará muyito bem na entrada. Tal como o Senhor Marquês.

Ivan

Chama-se Ivan Vassilyevitch Romanov. É um Borzoi. Veio da Russia. É o cão do Senhor Marquês.
Noblesse oblige!

Aphex

As coisas que a música nos pode fazer pensar e sentir. Estou a ouvir a remistura de Vitalic para "Windowlicker" dos Aphex Twin e o meu cérebro entra em crashmeltburn metálico, muito por culpa do vídeo de Chris Cunningham, muito por culpa do próprio Richard D. James, que transforma qualquer coisa/som/música numa espécie de pesadelo cibernético decadente pornográfico. E é tão bom deixar-se levar. Palavras seguidas de mais palavras sem mais.

Oh God!

A versão original de 12'' de "I Feel Love", Donna Summer e Giorgio Moroder. 8 minutos e 13 segundos de pura delícia, de puro hedonismo com sintetizadores analógicos. Porque será que o Disco faz parecer que tudo é possível? Chega a ser assustador. Somos fracos de mais resistir e o resultado...

Watching Cars Go By

Imaginem a cena: noite dentro, Felix DaHousecat; o senhor Marquês vestido qual personagem saída do Great Gatsby, de copo na mão, encostado ao muro que dá para a praia. O cabelo está grande de mais, cheio de caracóis revoltos e os caninos afiados, refulgentes à espectral luz da lua. Noite de apetites electro, Miss Kittin a acompanhar o grande felídeo como se estivesse em Berlim a fazer empadas de galinha. Lá fora o Porsche cinzento parece prestes a derreter. Alguém diz: há muitos mais de onde esse veio. Parece-me uma situação normal. Toca uma canção chamada Wear It Well, cujo refrão reza assim: nothing I can tell you, you look good when wear it well... Não é preciso mais, pois não?

Speed

Muito bem. Eis o que se passou. A culpa talvez tenha sido daquela música do Vitalic, My Friend Dario; ou talvez daquela última garrafa de Möet & Chandon; ou talvez da Porsche, por não impôr limite de velocidade aos seus carros, ou talvez de quem inventou as auto-estradas. Talvez. Mas o facto é que fui conduzido a 245 km/h na A2, praticamente fundido no banco do passageiro do agora infâme Porshe 911 Carrera S cinzento. 00-AF-66. Julho de 2005. Não me parece que vá esquecer. Nem as pessoas por quem passámos. Mas a sensação de poder foi imensa, o saber que os outros mortais, nos seus veículos menores, nada poderiam fazer para nos parar. Também saber que a morte estava à espreita não fez mal nenhum. E depois, ao fim da noite, em Vilamoura, com o Sasha a tocar o seu Xpander tão alto quanto possível só uma certeza: O mundo é a nossa ostra. E a grande Ana Francisca, vestida de negro, charro no canto da boca, mãos para o céu: és um filho da puta, mas adoro-te! Não resisti a beijar aqueles lábios. Thus ends a perfect day...?

terça-feira, agosto 09, 2005

Pantagruel

Ok. Lá fora está um churrasco à espera do senhor Marquês, bem como toda a família. Já cheira. No relvado, com a mesa por baixo da loggia, com vista para os campos deste Alentejo que prova que Deus existe. A abundância é o melhor dos elixires para qualquer mal. Haja comida e bebida e tudo o resto fica bem. É como diz Oscar Wilde: "Após uma boa refeição, somos capazes de perdoar tudo, mesmo os nossos parentes.". Um copo de vinho com o meu nome aproxima-se. À vossa.

The Anvil

Não consigo escapar aos anos 80. Já desisti. Então, que venham! Dentro deste espírito, adquiri recentemente uma pérola, o Best Of dessa grande, grande banda que foram os Visage. E, de entre as pérolas que compôem o dito disco, uma tem estado a dra-me a volta à cabeça: The Anvil. É uma coisa ameaçadora, mecânica, germânica, maravilhosa. Kraftwerk nonsense. Não consigo parar de a ouvir...

Baço

Sinto falta de grandeza. Uma qualquer. Sinto falta de um orgulho nesta terra. Sinto falta do glamour de uma Família Real. Sinto falta de uma monarquia bela, dourada e decadente. Sinto falta dos tempos em que demos novos mundos ao mundo. Sinto falta das colónias e do bem que lhes fizemos. Não acredito que sejamos todos iguais. Sinto falta de uma elite culta e esclarecida, crítica do que se passa à sua volta. Sinto falta. A indolência acaba por se devorar alegremente a ela própria.

sexta-feira, agosto 05, 2005

O preço do pão

107 mil euros por um Mercedes CLK320 CDI Elegance descapotável ao gosto do senhor Marquês. Enfim, mas tem que ser. Há certas coisas que não podem ser evitadas...

Il stesso tempo

Oh, o langor inegualável de uma noite de Verão, numa esplanada à beira mar quando o mundo parece uma coisa que está ao alcance das nossas mãos. E que prazer tão grande é saber que não queremos nada dele se não a sua indiferença.

Ooh...

Finalmente tenho o portão eléctrico na Quinta, o meu passaporte para a felicidade! (Ler sem demasiada ironia...)

quarta-feira, agosto 03, 2005

Pfffff....

A República é o mais baço dos sistemas políticos!

terça-feira, agosto 02, 2005

Rocked off

Não gosto de rock. O rock é música de velhos, homens de meia-idade a cantarem para o futuro, para deixarem uma qualquer marca da sua “importância”. O que me deixa profundamente irritado. Mesmo os supostos jovens mais não fazem do que mais do mesmo. Um absoluto aborrecimento. Quando esses senhores começam a falar da “verdadeira” música, da sua “pureza” e todos esses disparates senis, só me apetece soterrá-los debaixo de uma tonelada de discos da Kylie Minogue, para saberem o que é bom para a saúde. Só há uma saída para essa gente: transcender, ir mais além, passar por cima das convenções e produzir algo que esteja para lá de qualquer classificação (o que me leva, de novo, aos U2). Os Pet Shop Boys têm uma canção genial chamada “How I Learned to Hate Rock’n’Roll”, cujo refrão diz o seguinte: “Someone states the obvious, someone sneers at all you love, someone preaches ugliness, excluding some, including me, this is how I learned to hate rock’n’roll”. Tenho dito.

Absoluto

Decididamente, o melhor álbum dos U2 é o “Achtung Baby” de 1991. Por todas as razões do mundo. Basta lá ter “Until the End of the World” e “Even Better than the Real Thing”. E “Ultraviolet”. Bem, e todas as outras. Não admito discussão. Os U2 dos anos 80 eram aborrecidos e indiferentes (concedo: menos “The Unforgettable Fire”, mas o mérito aí foi de Brian Eno), rendidos a uma percepção de uma América grandiloquente e balofa que não lhes trouxe nada de bom. E tenho pena que eles não tivessem acabado o “Pop” como deve ser, isso sim, teria sido algo digno de ser ouvido. De qualquer modo, o que quer que seja que eles estejam a fazer daqui a dez anos valerá, com certeza, a pena.

GvS


Ando numa de Gus Van Sant. Revi “Drugstore Cowboy”, “My Own Private Idaho”, “Even Cowgirls get the Blues” (até lhe achei piada, estranhamente), e “Psycho”, essa coisa estranha que até hoje ainda não consegui muito bem encaixar numa qualquer prateleira de sentido. E voltei a perder-me em “Gerry” e a ficar estarrecido com “Elephant”, outra vez, depois de tantas vezes visto e interpretado, aparentemente percepcionado. Mas não, de todas as vezes que o vejo há lá sempre qualquer coisa mais. Isto num filme onde, à primeira vista, não se passa nada. Suponho que um grande filme é isto. Mal posso esperar pela estreia de “The Last Days”. Cobain por Van Sant, aí está algo que merece ser esperado.