quarta-feira, fevereiro 01, 2006

VoX

As minhas vozes: Sylvian; Bowie; Annie Lennox; Alison Moyet; Maggie Reilly (sim, a do Mike Oldfield, Moonlight Shadow e tudo…); Jon Marsh (The Beloved); Beth Orton; Billie Holliday; Chet Baker; Dusty Springfield…
Mas Sylvian… sempre me intrigou imenso saber o porquê do fascínio por ele, por aquela voz… mas falham-me sempre as palavras, ou são de menos, ou são de mais… Vou tentar: a voz de Sylvian acaricia-me a alma, titila-me partes do cérebro que eu não sabia que tinha, faz-me cócegas ao ouvido interno. Transporta-me. Para todo o lado e para lado nenhum. Como eu gosto. O importante é a viagem. Um chá de cerejas negras do Japão. Um entardecer no Rajastão. O toque da seda na pele. O absoluto. O Absoluto. My Darkest Dreaming. Assim. Pode ser? Sinto que poderia escrever para sempre e mesmo assim não conseguiria chegar lá. Por defeito, termino aqui, assim. Sylvian-Japan; Sylvian-Sakamoto; Sylvian-Nine Horses; Sylvian-Sylvian…
Ms. Holliday porque traz na voz tudo do mundo. Essa não consigo mesmo lá chegar. O espanto é mudo. O espanto acontece de todas as vezes. E todas as vezes são a primeira vez. E não há nada como a primeira vez. Ms. Holliday. Penso que se pode dividir o mundo em duas metades: quem gosta de Nina Simone e quem gosta de Billie Holliday. Ok. Gosto da Nina Simone. Mas Billie Holliday não se compadece com apenas “gostar”, ela exige algo muito mais além, algo muito mais abrangente e abstracto, uma névoa indefinível… Porque aquela voz tem tudo no mundo lá dentro.

Sem comentários: