quarta-feira, abril 23, 2008

MyPleasure

Os Duran Duran foram a melhor banda do mundo durante um breve período de tempo, entre 1981 e 1985. Os singles clássicos deles, entre o primordial "Planet Earth" de 81 e o final e perfeito Bond Theme "A View To A Kill" de 85, não houve nada que se lhes assemelhasse como bandeiras dos anos 80, com aquela combinação perfeita entre glamour, savvy e, naturalmente, muito boa música. Sim, porque embora muito gente se esqueça, eles produziram alguma da melhor música da primeira metade da década de 80, arautos perfeitos da New Wave, em especial no fabuloso primeiro álbum, o homónimo de 81, ainda hoje um dos monumentos fundadores e essenciais da New Wave britânica. E tiveram o mundo a seus pés. E geraram todos os equívocos que lhes deram cabo da reputação para sempre. Sim, porque não lhes foram perdoados os vídeos a bordo de iates luxuosos no meio de paraísos tropicais do álbum Rio, de 82. Mas enfim, ainda por cá andam hoje em dia e recomendam-se, sendo talvez essa a maior e mais inesperada vitória... Serve tudo isto para falar sobre a caixa "The Singles 81-85" que acabei de adquirir (juntamente com a sua congénere "The Singles 86-95", mas aí a história é outra...). Para além de ter um design fabuloso, como se pode ver em cima, é um conjunto de surpresas. Pessoalmente, já tenho há muito tempo todos os singles nela incluídos, bem como os três álbums que lhe deram origem, mas não os lados b e grande parte das remísturas. E aí estão as surpresas, desde versões, de "Fame" de David Bowie, até uma curiosa versão à guitarra espanhola de "The Chauffeur", lados b fantásticos como "Late Bar", "Like An Angel" ou "Khanada", com talvez a única sítara em qualquer canção da banda. Mas, a grande revelação é mesmo o facto de, em 1983, eles se poderem ter transformado nos New Order. A prova? Ouçam o instrumental "Faith In This Colour", lado b de "Is There Something I Should Know?" e terão a prova. Parece um gémeo de "Blue Monday", um instrumental electro do mais fino recorte, tão cool que até dói, à espreita dos novos mundos dançáveis trazidos pela tecnologia. Absolutamente moderno e ainda hoje totalmente actual. Só que, entretanto, a escolha do caminho a escolher foi outra, mais Depeche Mode, menos New Order. Mais pompa e circunstância, menos pura invenção musical. Como teria sido o mundo se a escolha tivesse sido outra...? De qualquer forma, eis um pensamento profundo: o melhor álbum deles é o seu "Greatest Hits". Que se lixe, esse é o melhor disco pop do mundo!

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