De quando em vez aparece uma canção que me atinge em cheio e se torna uma parte absolutamente imprescindível da minha existência diária, uma espécie de boa nuvem que me segue por toda a parte e está presente em todos os momentos, sempre em bons, sempre a mostrar mais um sinal, mais um elemento, mais um segredo, mais uma forma de prazer. E o melhor é que geralmente não consigo explicar porquê, tal como deve ser. A explicação mata o prazer. Pois que de momento, apareceu-me uma dessas canções e tudo o que escrevi e mais ainda tem acontecido, ao ponto de a dita canção começar a definir a minha existência e a forma como vejo e me relaciono com o mundo e as pessoas à minha volta. A canção em questão é a faixa 10 de "Yes", o novo álbum dos Pet Shop Boys (et pour cause...), "The Way It Used To Be", produzida pelos próprios e pelos Xenomania de Brian Higgins e co. Tem guitarra de Johnny Marr e arranjos de cordas e orquestra de Owen Pallett, dos Arcade Fire. Trata-se da história de um amor outrora brilhante que se foi desintegrando com o tempo até restar apenas na memória. É uma canção grande, nostálgica, elegante, cantada por Neil Tennant como se fosse algo trivial, mas como se, por trás dessa trivialidade, estivesse a própria essência da felicidade, da partilha, da vida. E é também um grito de revolta: "What's left of Love?" entoado por entre as cordas dramáticas de Owen Pallett, numa atmosfera de nostalgia elegante, cerebral e devidamente romântica. Não sei porque me provoca este desconjunto de sensações em alegre confusão mas é uma das melhores canções que ouço desde há muito tempo. Em absoluto, uma marca deste início de primavera de 2009 e não dúvido que me irá acompanhar durante muito tempo.
quinta-feira, abril 02, 2009
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