Toca o CD da Beth Hirsch no carro, num dia de sol frio e ventoso em frente ao mar. Fevereiro. Tiras fotografias à espuma que se desprende das ondas e enche o ar de salpicos gelados. Pareces não ligar à aragem que te despenteia os cabelos. Penso, como sempre, na inconsciência de que é feita a juventude e de como isso transforma o que os olhos percebem do mundo. Sei que é através desses olhos que eu preciso de ver o mundo, já que dos meus a vista é negra, abissal e sem esperança. Tonto, dirias tu. Talvez. Mas é a tua luz que eu persigo. Só assim este dia frio de inverno, com este sol estranho a iluminar-nos pode fazer sentido. Quando olhas para mim, juro a mim próprio que nunca nada ficará por dizer entre nós. A tua boca, o teu olhar, o teu andar, o teu cheiro, a tua pele são agora a minha casa. O vento faz tremer levemente o carro e os teus lábios tocam nos meus. Fevereiro.
sexta-feira, março 06, 2009
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