Ontem tive um final de dia supreendente e bom, fruto de uma daquelas decisões que tomamos assim sem saber bem como e que acaba por se revelar como um momento propíciador de novos caminhos e de novas perspectivas sobre a nossa vida. Assim, de repente, sem aviso. Um excelente jantar, num excelente restaurante, em excelente companhia e uma sensação de vida boa que, no caminho de volta aos domínios do senhor Marquês, se transformou em reflexão e num conjunto de questões, possibilidades e resoluções que andavam a ser adiadas e que surgiram em todo o seu esplendor, de frente e sem possibilidade de serem ignoradas. Pode uma coisa boa nas nossas vidas ser ao mesmo tempo talvez o maior obstáculo à nossa felicidade? Pode. E está a ser. Não se consegue controlar o coração. Já tenho idade suficiente para saber isso. Já devia nem sequer tentar. Mas não, acontece sempre mais uma vez. Como agora. E dói sempre mais. E tem que parar. Foi essa a decisão que ontem me atropelou sem misericórdia. Vai custar, vai ser difícil, acredito que não só para mim, mas não posso adiar. Preciso da ríspida liberdade que vou ter, preciso dos horizontes que tenho que ter perante mim, mesmo se eles forem frios e solitários. Preciso de seguir em frente. Preciso de ter essa possibilidade. Preciso de saber que posso. Acima de tudo. Não se controla o coração. Já não sei se quero, já me custa tentar fazê-lo. Preciso de mim, em todo o meu esplendor e em toda a minha miséria e, neste momento, não me pertenço, mas também não pertenço a mais ninguém. Essa é a tragédia. Amar sem ser amado é como dar continuamente murros na ponta de uma faca. Já estou ferido demais. Acaba agora. E o caminho será em frente. De uma forma ou de outra. Não o lamento, é sinal de que estou vivo...
quinta-feira, maio 28, 2009
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