quarta-feira, maio 04, 2005

Compostura/Cona sorriso

Isto é tudo um tanto ridículo, naturalmente. Em demasia. Tal como nós, suponho. Nem por isso. Sempre é melhor do que não fazer nada. O que é que podemos fazer com todo o nosso glorioso tempo livre? Andamos de um lado para o outro, quais baratas tontas, tentando atingir algum nível de divertimento. Vale tudo. Sexo, drogas e rock'n'roll. Sem o rock'n'roll, claro. Deus nos livre. Não, nós não. Fazemos o que temos que fazer ao som de qualquer coisa que tenha máquinas. Linhas de baixo sujas, orgânicas, cardíacas. Para que os nossos ouvidos possam sangrar e os nossos cérebros derreter. Desculpas, desculpas. Adoramos cada minuto. Os carros, as drogas, as festas, as roupas, o sexo, o vagabundear com intenção, a falta de objectivos, o afundar, o andar às voltas em circuito fechado. A espiral contínua. Beijos às raparigas, beijos aos rapazes. Cristo morreu pelos nossos pecados e nós achamos que ele não foi muito inteligente por se ter deixado apanhar. Pobre tolo. Por isso é que gostamos tanto dele. Por isso é que o transformamos em gloriosa silagem para os nossos demónios mais negros. Cristo é sempre homem, um tipo bem parecido pregado a uma cruz. Adoramo-lo através dos nossos excessos,vimo-nos em cima dele e ele em cima de nós. Sagrada esporra. AS igrejas são os melhores locais para festas, é algo subterrâneo, a ver com a atmosfera desses sítios. Uma noite qualquer houve uma festa de máscaras, o tema foi a Inquisição. Momentos de loucura. Afinal, o Senhor estava connosco...

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