terça-feira, maio 31, 2005

Ist

Não me arrependo dos corpos que conheci. Das peles, dos cheiros, dos vergões e das vermelhidões, dos espasmos e do sabor da carne quente e ofegante. Gosto dos olhares, dos lábios entreabertos, dos olhos semicerrados, das imprecações, do poder que isso me dá, do saber que ao toque dos meus dedos outro ser é meu e pode chegar aquele momento supremo. Gosto das palavras sincopadas, das asneiras e das hesitações, dos gritos, do descontrolo total que só a entrega de um corpo pode permitir. É como se Deus brotasse das pontas dos dedos. É a realidade alternativa recreada entre os lençóis. Corpos, forças em contínua batalha. Quando os corações se acalmam e as respirações voltam ao normal o que se pode pensar é: cumpriu-se...

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