terça-feira, junho 07, 2005

Cristo de muletas

Control.
Opal.
Os teus olhos nos meus.
Os teus braços à volta do mundo.
A pele a queimar.
Dizes-me que o mundo é grande.
A tua mão mostra-me o poder.

... morto vivo...
... auto...
... medicamento para os dentes com sabor a mentol...

Doce no inverno.
Doce à chuva.
Agitar bem antes de usar.
Dizes-me,
"Já não me tocas daquela maneira"

Conector: in
Receptor: out
Deixas-me entrar pela porta de trás.

... relaxa...
... é como se estivesse a vomitar...
... toda a noite a dançar...
... deixa-o começar...
... pinga...

Monta-te nos ritmos santificados do comboio da meia-noite para lado nenhum.
Os ritmos santificados.

Doce no inverno.
Doce à chuva.
Agitar bem antes de usar.
Disseste,
"Nunca mais me tocaste como dantes".

(oh não)
Catalisador...

(és um)
Catalisador...

Sinto-me tão sujo
e a luz cega-me os olhos.

Aí vem Cristo de muletas.

... dez cêntimos para atirar ao inferno...
... olha para ele, escondido...
... hã? quem mais-

"Chama-me trampolim molhado,"
disseste-me hoje
mas eu estava demasiado ocupado com a minha cabeça.
Agitar bem antes de usar.
Disseste-me,
"Mas já não me tocas como dantes"
Eu estava demasiado ocupado a ouvir cenas de sexo pelo telefone,
entrando pela porta de trás.

Nos teus calções claros e apertados
a nossa loucura disparou
e dançamos.

... ah, sim, chegaste a entrar...
... diz aos outros que entraste ...
... olha para as tuas fantasias eróticas de pacotilha...
... hã...
... hei...
... grandes pensamentos...
... yeah...

As minhas loucuras vêm do canal seis...
até às falhas de electricidade.

E a luz cega-me os olhos
e eu sinto-me tão sujo.

Hei.
Yeah.
Rock'n'roll.

E a luz cega-me os olhos
e eu sinto-me tão
abandonado pela minha fé.

Aí vem Cristo de muletas.

E aí vem outro deus
(aí vem outro deus)
como um trovão ocre
com um cheiro a açucar
e uma língua de veludo
e voodoo de marca.

Mas eu tenho o sexo pelo telefone para me salvar
do vazio das minhas 501
secas a frio na minha nova religião
com os meus dentes cravados
no centro da minha cabeça.

Mas tenho o canal seis...

Mas tenho o canal seis...

A luz cega-me os olhos
e eu sinto-me tão sujo
(sinto-me tão sujo...)
Aí vem Cristo de muletas
(Cristo de muletas)

Não me deixarei cair na confusão
(na confusão)

Deixaste-me confuso

Não me deixarei cair na confusão
(não serei outro homem)

... sujo sujo sujo...
... segundo arrepio...
... chupando carmins...

Esta pressão de opiniões.

Anima-te.
Ouve os teus olhos, disseste-me tu.
Mas tudo o consegui ver foi a Doris Day
e um satélite multicromático
a desaparecer no metro na baixa
com aquele maníaco psicopata alegre.

e a luz cega-me os olhos

e a luz queima-me os olhos

e tenho sempre o canal seis...

Épico.

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