Estamos condenados a viver num país triste? Faz sol e mesmo assim as perspectivas de um pouco de felicidade são poucas e pobres. Chego a pensar que gostaria de viver na Califórnia. Mas não. Entre sorrisos e um sentido de humor derrisório e autofágico cá vamos andando. Ao menos a piada à nossa custa ninguém nos tira. Pobretes e alegretes, como dizia o outro. A felicidade nunca pode ser vivida em termos comparativos, eu sei, mas já nem as desgraças dos outros nos alegram.
Uma história significativa: um lavrador português tem um burro. O burro morre e o que pede ele a Deus? Que os burros dos vizinhos morram também...
Estou a ouvir os Keane enquanto preparo uma aula para um grupo de adolescentes aborrecidos que não querem saber de nada do que eu tenho para lhes dizer e me toleram porque não podem levar mais faltas. A vida é uma grande, enorme pescadinha de rabo na boca. Quem me dera ter um Bentley Arnage T prateado e ir por essa estrada fora até me aborrecer. Yeah! California style. Será que seria mais feliz? Duvido.
This is the last time...
As perspectivas de vida para um (qualquer) futuro são cada vez mais encolhidas...
Quem me dera escrever um livro só com títulos de capítulos. Maravilhosos, a valer por si próprios, sem necessidade de mais nada. Porque é que temos que preencher todos os espaços de tudo com alguma coisa?
Adoraria uma vida genérica.
Deus morreu? Não quer dizer nada, Nietzsche também.
terça-feira, março 08, 2005
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