Não sei porquê este título. Apeteceu-me. Será por causa do disco dos The Faint? Mas é um bom começo. Além disso eles vivem naquele limbo em que os anos 80 ainda estão presentes mas já vistos de uma perspectiva longínqua, filtrada onde o que interessa é já apenas o look... o que quando se fala dos 80's é preocupante. Acho que o meu problema é exactamente esse: por vezes é-me difícil distinguir a realidade destes anos trsites em que vivemos. E nem sei bem porquê, uma vez que já cheguei aos 30 anos e já consegui aquele clique essencial para a nossa felicidade enquanto trintões: já sei o que não quero da vida. Não é mau. Mas nada poderá chegar aos 80's e aquela época louca de excessos e de descobertas descontroladas. Sinto uma nostalgia desmesurada, quase paralisante. Talvez por comodidade.
No outro dia, no Cup&Cino do Saldanha, no reyno da Betolândia lisboeta, vi, com gozo e saudade o Penetrador Gótico a fingir um espasmo de mau gosto e nojo e cair redondo no chão, ante os olhares de todas aquelas criaturas bem vestidas e bem postas. Era a noite dos Óscares, pois então e o PG estava em overacting mode. Diverti-me. Porque ele tem 23 anos e eu já nem me lembro de 1994. Entre a breve loucura de um grupo de amigos entregues a um estupor de piadas privadas e coisas muito nossas, não pude deixar de concluir que o mundo produz algumas almas maravilhosas. Por vezes, até custa a imaginar o que o futuro trará. Veremos.
O Moby tem um disco novo. Hotel. O single chama-se "Lift me Up" e já roda por aí. Gosto. Mais compras: "Nightbird" dos Erasure. Ainda. Lá estamos nos 80's outra vez. Apesar do sorriso, a frescura já lá vai. Mas o "Breathe" não é mau.
As Brandas Hélices voltaram...
sexta-feira, março 04, 2005
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1 comentário:
Levando as metáforas ao rubro, o título do post fará então todo o sentido, se atentarmos convenientemente nessa dança estranha que é (con)viver com outros. Mas saudosismos para trás das costas! Olhar para a frente ou olhar para trás acabam por ser uma e a mesma coisa, em termos de finalidade. Números são apenas números e não mais do que isso. Medidas de quantificação criadas à nossa escala para que consigamos olhar para ela. A qualidade dos números é bem mais interessante. "Vinte-e-três", "mil-novecentos-e-noventa-e-quatro". Uns mais à frente, outros anteriores. Mas todos pertencentes a uma escala genérica, comum à partida. Saltemos então para o outro lado da cerca para os colocar numa balança que meça o seu peso de uma forma mais prosaica. No final de Myra Breckinridge, Gore Vidal escreve, através de uma consciência da personagem que se queria mais consciente (ainda que nem por isso mais verdadeira, necessariamente): "...a felicidade (...) há que encontrá-la no nosso próprio jardim, assim a nós saibamos procurar".
No meu jardim as flores não têm idade - isso sim, seria macabro. Estão lá porque gosto delas.
PG
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