terça-feira, março 08, 2005

II

Tenho andado a pensar o que faria se tivesse 50 biliões de dólares e estou prestes a chegar à conclusão de que não tenho imaginação nenhuma. Seria um bilionário muito baço. E o mundo não precisa de mais dessa espécie. Não sou capaz de passar dos carros, dos palácios barrocos, dos iates, dos aviões paticulares e de uma ou outra ilha nas Caraíbas/Grécia/Pacífico. Nem uma ideia original. Apenas um esboço: elevar-me a mecenas dos Pragas. Já seria bom. Um raio de luz numa monotonia dourada.

Mais um trauma desta cabeça muito vesga: não hei-de morrer sem conhecer uma mão-cheia de actores porno. Nem sei bem porquê, mas sinto que tenho que o fazer. Gostaria de conseguir perceber o que leva um de nós, um belo dia, a fazer um filme porno. O dinheiro, dir-me-iam, mas continuo a pensar que deve haver mais qualquer coisa. Estes pensamentos ocorrem-me após ter visto excertos do filme "Hot boyz, cool men" produzido pelo Lars Von Trier. Dogma porno. Será que a pornografia pode ser arte? Aquilo que nós filmamos nos nossos quartos, com as nossas câmaras digitais será arte? Penso que sou um rematadissimo voyeur, afinal, Deus, ele próprio, está lá em cima a olhar para nós o tempo todo. Ora, se nós somos feitos à Sua imagem, também gostamos de fazer o mesmo.

Portugal é um País seco. Nem o Sócrates nos alegra. Maldita saudade e tudo o resto que nos mantém agrilhoados a uma nostalgia draconiana. Mil anos de catolicismo e estamos neste ponto...

Os Chemical Brothers têm um álbum novo, chamado "Push the Button", que me agrada. São os sons de sempre para o novo ano. Mal o menos.

Aqui há uns tempos, um amigo meu de 21 anos disse-me que não sabe o que se anda a passar com ele: é uma espécie de imã, ninguém o larga, homens, mulheres e tudo no meio. Isto sem contar com as duas namoradas/amigas especiais... Vida dura, portanto. E ainda a semana passada esteve em Paris com uma delas, beijos apaixonados no cimo da Torre Eiffel e tudo. Agora imaginem a cena: no meio de uma discoteca, luzes e música a bombar, duas meninas, primas direitas, aproximam-se, uma por trás, outra pela frente, levantam-lhe a blusa e deixam a marca das respectivas unhas pintadas de vermelho no peito e nas costas. Fantástico, não é? E viva Ferreira do Alentejo!

Tenho a idade de Cristo quando morreu pelos nossos pecados: 33 anos. Não sei o que isso pode significar...

Out.

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